Por que quando escrevo penso em tudo que tenho vivido, deixo o coração tentar falar em palavras. Inúmeras as vezes não sei como dar o ponta-pé inicial, mas quando percebo uma folha já não é suficiente para todas as idéias. Elas tomam forma e velocidade. Quando termino, vejo um rabisco aqui outro ali e passo a limpo. Leio, releio e suspiro. Quando menos espero, entre uma palavra e outra, lembro o de por que está escrito o que penso, nesse momento as lagrimas tornam rumos de sentimentos. Fecho a porta do quarto. Pego um livro velho e guardo o papel molhado dentro, pois as palavras foram em partes embaraçadas com água.Deito e fico só, com meu fiel e aconchegante travesseiro. Acabo entregando o de rabiscos. Depois quando alguns anos se passam, por alguns motivos, vejo minha estante de livros e vou folheá-los. Encontro a carta. Abro e lembro dela, lembro do dia que parei pra escrever. Lembro do dia em que chorei quando já não pude prender o sentimento. Começo a ler e todo o sentimento volta. Que bons tempos. Que boas lembranças. E sempre, penso, é mais fácil chegar ao que se sente pelas cartas manuscritas, não as troco por uma folha digitada.
de sua sempre A. *:
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