segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

#O que as Bitches estão pensando


Ainda lembro como te conheci, o doce timbre de sua voz e a euforia de quando éramos crianças. No fim de tarde em um bosque, sentada via passar a correnteza da agua e o longe passar das nuvens. Percebi alguém próximo à beirada da ponte assobiando junto a um passarinho, me aproximei para escutar e ambos viram minha presença. O pássaro voou e você ficou serio por poucos estantes. Quando eu já estava me preparando para sair correndo você caiu numa grande risada me falando que eu não me preocupasse que ele voltaria.  A vergonha tomou conta de meu rosto, não tinha a intenção de fazer isso, nem de ser descoberta. Você sorriu de um modo que encantava qualquer pessoa, fazendo minhas espinhas dorsais estremecerem. Em casa aquela imagem não saia de minha mente, um sorriso, um pássaro, um assobio e um voou alto. Necessitava vê-lo novamente cada vez mais, enquanto você se preocupava em inventar uma desculpa para falar comigo, eu criava uma desculpa para não ter de ir embora. Não sabíamos o que nos esperava. Sempre esperando por sua ligação, você passou a fazer parte de minha vida, eu já não estava mais sozinha. Era como luz ao meu mundo. Passamos a nos encontrar com tanta frequência ate assumirmos não vivermos mais sem o outro, somente não sabia que isso iria tão longe. Você veio como uma dadiva dos céus e era sempre assim, eu e você. Nunca te deixarei só, nunca partirei sem você. O tempo passava na velocidade da luz, fomos bem sucedidos na vida, tivemos nossos filhos, mas nunca nos esquecíamos de lembrar e visitar o local onde nos encontrávamos, embora já não se encontrasse numa aparência tão nova assim como éramos. Algumas crianças corriam pela ponte, o sorveteiro sempre estava lá, os pássaros se mantinham longe. Aquele pássaro? Nunca o vi voltar. Percebi que mais cedo ou mais tarde teríamos que nos separar temporariamente. Observando você do alto, sempre via as lágrimas caírem como temporal por sua face e você repetir incansavelmente em pensamento “te amar e respeitar até mesmo depois que a morte nos separe...”, hoje você que esteve comigo em minha vida, quando sentir a brisa em teu corpo percebera que sempre estarei com você. Somente nesses anos ao vê-lo distante, o pássaro te fez companhia, até o dia em que você voltou para mim. Em nosso epigrafo tinha escrito “com o sopro do vento e o cântico dos pássaros, amor,  minha vida sempre será junto a você”.
de sua sempre  A. *:


Nenhum comentário:

Postar um comentário