Quanta ansiedade. Quando você me encontrar, talvez se admire com o modo em que tenho vivido ultimamente. Talvez você nem me reconheça, tanto mudei, tanto tive que mudar. Quando o dia surge, ao acordar, tento despertar do sonho, provavelmente não consigo você sempre esta nele... E assim passo o restante do dia, no dizer da sociedade: sonhando acordada. Quando volto pra casa à lua já tem surgido e tudo o que vejo é a nevoa tomando conta do nosso jardim, da varanda de nossa futura casa. Paro, êxito e prossigo. O meu pensamento já não é o bastante pra você? Agora até minhas ações querem te pertencer, já basta. Isso é o suficiente. Tenho a mais cansativa e perfeita rotina diária. Tento tirar o cansaço das costas acumulado no dia, vou ao banheiro pra tomar o banho da liberdade. Ligo o chuveiro, a água escorre, lentamente pelo meu corpo e com ela vai se esvairando aquela sensação ruim, aquele manto de negatividade que teima em andar junto a mim. Enquanto presa estou pensando na tentativa de você estar aqui comigo. Olho pela fresta da janela e lá vejo a lua cheia me lembrando que está na hora de nosso encontro noturno. Nosso encontro. Em sonho vejo você. Sorriso irradiante. Corpo reluzente. Cabelos sendo levados junto à direção do vento. Sempre tentando me surpreender. Chega, tampa os meus olhos e isso nunca me dá cansaço. Suas mãos deslizando sob meu corpo, enquanto você me sussurra palavras e mordisca de leve minhas orelhas, arrepiando-me de ponta a ponta. Te chamo de anjo e me pego boba vendo como você me protege como um, nunca importando com o que quer que aconteça. E você, apenas sorri retribuindo com um beijo de esquimó e me falando que um dia o que era sonho será real e o que seria real viria a ser apenas sonho, e eu viria, você viria, não importando em qual dimensão, não iríamos mais esperar insensatamente, ansiedade seria só quaisquer palavra remota. Seria sonho. Não era apenas mais sonho. Seria real. Não era apenas mais real.
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